Vermelho Sangue Lyrics & Tabs by Skills & The Bunny Crew
Vermelho Sangue
guitar chords lyrics
Zé Povinho, 24 de idade,
Puto saído da faculdade com vontade mesmo sem contractos.
Sabia que o desemprego era norma,
Quinhentos mil como ele batiam todos na mesma porta.
Tantos cães a um osso num país de pits,
Ou te safas com um padrinho ou vendes magics,
E please, nem me falem em recibos,
Prefiro palhaços anões e guizos.
Povinho, desempregado no subsídio,
29 de idade, dois putos e um suicídio,
Noite de raiva, alma destroçada,
Uma lâmina bastou numa vida com pouco menos que nada.
E o corte foi fundo mas pouco preciso,
Não foi preciso reanimar, apenas injectar um pouco de juízo.
Zé sabia que não podia, não devia desistir,
E o corte foi fundo mas pouco preciso,
Não foi preciso reanimar, apenas injectar um pouco de juízo.
Zé sabia que não podia, não devia desistir,
Quando tinha sobre si toda uma família.
Amo-te até que a morte nos separe,
discurso a Maria, mulher da sua vida.
Um bilhete, perfume, alguém que pegue lume,
Zé vacilou, meia volta e bazou.
Vida renovada, plenamente,
Zé povinho estava limpo e era um homem diferente.
Tempos de mudança ou ilusão de esperança,
Promessas vazias não fazem diferença.
Tijolos de vidro,
Vidros partidos,
Parti tudo,
Tudo esquecido, és quem Destino?
Deste-me tino,
Mataste-me tudo,
Tijolos de vidro...
Tijolos de vinho,
Filhos perdidos,
Perdi tudo,
Tudo esquecido, és quem amigo?
Deste-me tinto,
Mataste-me tudo,
Tijolos de vinho,
Cara estragada, estrada de gritos!
Um em cada cinco são pobres de bolso,
Nove em cada dez são pobres com soldo.
Zé era daqueles que tinha um sonho,
Mas algo caiu só ficou o sono,
Entrou p'rá estatística,
Saiu da linha,
Descuido no banho, afogou um filha,
Perdeu o Norte, caiu no risco,
Brancas as linhas em espelhos de haxixe.
Cara estragada, uma estrada de gritos,
Faca afiada, uma casa de aflitos,
Bolso vazio, um tecto de estrelas,
Cheiro a sangue em becos e vielas.
Vejo fadas, poções, magia,
Homem do tambor, traz a heroína,
Herói a cavalo, sopro de vida,
Merda, não era isto que eu queria...
Amo-te demais, para te deixar,
Viver, neste mundo tão absurdo.
Até que a morte nos separe,
Sinto-te, absinto-te,
Para te deixar, neste mundo absurdo...
Mais que tudo, hoje contigo, "até sempre" é demais,
Litígios rebento, ou rebento-te mais?
Ao rebento dos pais, quem sabe,
Mas sabes bem claro, que não soube bem parar.
Assombro este em que vivemos,
O que escondes com sombra todos nós vemos,
Acabada comigo, acabámos,
Ou começámos uma fase nova, dois lunáticos.
Percebes os problemas que trouxeste junto,
Tu, ele, eu mato-te, juro!
Lembras-te como me pedias,
Quando ainda nos sentíamos,
Agora aperto-te com força, vis a vis, como querias,
Vês tudo escuro agora? Eu vejo escuro há anos,
Morreremos juntos como prometêramos antes,
Gritas sem ar, é a última vez que me zango,
Tiro na cabeça, juntamos vermelhos de sangue.
Tijolos de vidro,
Vidros partidos,
Parti tudo,
Tudo esquecido, és quem Destino?
Deste-me tino,
Mataste-me tudo,
Tijolos de vidro...
Tijolos de vinho,
Filhos perdidos,
Perdi tudo,
Tudo esquecido, és quem amigo?
Deste-me tinto,
Mataste-me tudo,
Tijolos de vinho...